26 dezembro 2008

Uma outra verdade inconveniente...

A Adriana Vaz, que pertence a esta comunidade paroquial, escreveu esta crónica no jornal da sua escola. Fica aqui publicada a partilha que ela fez com os seus colegas e que agora partilha também com todos nós.

Como é que se consegue ser tão tradicional ao ponto de não se ligar ao essencial?

Estamos na véspera de Natal, e nem a propósito! Um desabafo sobre aquilo que antecede e que acompanha uma época que, ao que parece, é tão especial para quase toda a gente! Mas será assim tão especial devido ao verdadeiro significado do Natal? Pois é! Afinal para que serve tanta propaganda antes do dia 25 de Dezembro? É que um mês antes «rebenta» sempre uma verdadeira bomba de publicidade: de brinquedos, de chocolates, de telemóveis, enfim, uma lista interminável de coisas! Mas em todo isto eu só vejo hipocrisia, ainda nem se quer ouvi nem vi o nome “Jesus” neste negro enfeite natalício! Como é possível, certas e determinadas pessoas, servirem-se de um acontecimento como “o nascimento de Jesus”, estando sempre a milhas do seu verdadeiro significado, para fins lucrativos? Uma questão cuja resposta não consigo entender…

É também na véspera Natalícia que nos deparamos sempre com perguntas acerca da dádiva e da oferta de presentes, mas na realidade, são poucos os que sabem por que se dão e por que se recebem presentes no Natal, se lhes perguntarmos corremos o risco de ouvir uma resposta do género: “Por que é tradição!”.

Uma das coisas que me faz confusão é, também, o facto de uma grande parte dos cristãos católicos praticantes (pelo menos é o que dizem ser!) só porem os seus ricos pezinhos na Igreja no dia em que se celebra o nascimento de Jesus Cristo. Impressionante, não é? Eu também pergunto: porquê? Mas tenho noção de que é uma interrogação retórica, já toda a gente sabe a resposta: «Porque é tradição, porque fica bem, porque é um dia diferente, porque há que se mostrar a fatiota nova, porque parece bem!»

Eu não tenho nada a ver com o que este género de pessoas fazem ou deixam de fazer, mas uma coisa é certa, e disto tenho eu a firme certeza: se cada um de nós desse mais valor à essência dos factos, se nos libertássemos do que é habitual, de pensamentos e acções feitas pelos outros, isto é, se fossemos originais e se cortássemos a tradição quando não acreditamos na sua verdadeira razão de ser, seríamos um pouquinho mais felizes.

Desejo que todos os que estão a ler esta crónica tenham um feliz Natal, com tudo de bom, sem me esquecer de lhes desejar muitos presentinhos e sem me esquecer de dizer que fico à espera de que se lembrem, nesta época natalícia, da grande razão de ser de tudo o que se passa à sua volta que remete para a palavra “NATAL”!

Crónica realizada por:

Adriana Vaz

Sem comentários: