Comunidades cristãs do Arciprestado do Rochoso
No momento em que algum dos nossos familiares e amigos parte para a eternidade,
muitas vezes não temos grande ocasião de pensar,
e por isso vale a pena ter bem esclarecidos alguns promenores.
1. Lugar da celebração
O espaço próprio da celebração das exéquias com Eucaristia é a Igreja Paroquial.
Ninguém deve estranhar que seja a Igreja Paroquial,
pois as capelas tornam-se demasiado pequenas
para acomodar todos os que acorrem à celebração
e que devem participar activa e dignamente nas celebrações.
A excepção só se verificará nas anexas que têm cemitério próprio.
2. Ofício de Defuntos
Para além da Eucaristia existem outras celebrações litúrgicas que podem ser feitas,
como por exemplo o Ofício de Defuntos.
Nas diferentes alturas do dia (Laudes de manhã e Vésperas de tarde), a
Liturgia das Horas ajuda também na oração por toda a Igreja e pelo irmão que faleceu.
3. O canto
O canto também faz parte da nossa acção de graças a Deus
pelo dom da vida do Seu Filho, de todos nós e também do irmão que parte.
Por isso , ninguém deverá estranhar o canto num funeral cristão.
Estranhar será não o fazer.
Cantar ajuda a louvar a Deus, é manifestação da nossa Esperança
e até mesmo um alívio para a dor.
4. Ambiente na Igreja
Durante a celebração da Eucaristia Exequial
o caixão deve permanecer fechado:
por razões de higiene e saúde; de espaço, em muitos casos;
de maior atenção à Eucaristia e ao altar;
para, logo após a Missa, seguirmos com o funeral
e continuarmos a oração e o canto até ao cemitério.
Junto do lugar onde está depositado o corpo
coloque-se de preferência, se existir, o círio pascal
– sinal da Páscoa de Cristo.
A transferência do corpo das capelas para a Igreja paroquial
deve ser efectuada com a conveniente antecedência
para que há hora marcada para a celebração das Exéquias
(Eucaristia ou Celebração da Palavra) possam ser iniciadas
em tranquilidade e em clima de oração,
permanecendo-se assim antes, durante
e depois da acção litúrgica.
5. As flores
No momento em que se prepara e decorre a celebração da Eucaristia
deve existir um simples e belo arranjo floral – e não flores “a monte”.
Até para não haver “distinção” social das pessoas.
Há Igrejas onde a grande afluência de pessoas
faz com que o espaço seja mais reduzido
e o pólen possa incomodar algumas pessoas.
Alguns dos ramos devem permanecer guardados noutro local ou na carrinha funerária.
O seu exagero e ausência quase podem ser interpretados como sinais de pouca fé.
Quem crê e se assume como cristão sabe que mais do que o gesto exterior das flores,
a melhor maneira de ajudar os falecidos passa pelo bem que fazemos;
pela nossa oração mais intensa; pela nossa conversão e crescimento na fé;
pela nossa comunhão Eucarística e pela caridade fraterna.
(obs: Há terras onde, em vez de flores,
muitos amigos oferecem uma importância em dinheiro,
para ser aplicada em Missas, em esmolas…
É menos visível… "mas o Pai, que vê no segredo, te dará a recompensa”.
Pode ser mais uma alternativa!)
6. Despedida, oração e ambiente no cemitério
Após a última encomendação, na igreja, são de evitar, habitualmente,
palavras de memória e homenagem da família.
A emoção e a força do sentimento, em geral,
não nos deixam com a conveniente lucidez e calma
para falar com dignidade e coerência.
A caminho do cemitério a oração e o canto
testemunham a nossa fé na Vida eterna.
De preferência à frente da carrinha, para rezarmos juntos.
A despedida final no cemitério deve ser feita depois da oração final.
Procuremos terminar primeiro a oração pelo irmão que sepultamos,
antes de visitar outras campas.
É dever de todos os presentes deixar a família em sossego
para em paz fazer a despedida do seu ente querido,
criando assim um ambiente de recolhimento
e não de cumprimentos e de espectáculo.
7. Missas e Acompanhamentos
É um dever de gratidão e caridade continuar a lembrar os nossos
falecidos na oração: seja na oração diária seja em datas mais comemorativas e específicas
(7º dia, 30º dia, aniversário,...) São datas significativas para nós,
não tanto para os nossos falecidos, que já não vivem no tempo de calendário.
São datas de conveniência e tradição para nós
os aniversários semanais, mensais ou anuais,
para melhor recordarmos os nossos defuntos,
para os sufragar a eles e pedir-lhes que eles intercedam por nós.
São um sinal louvável de solidariedade na dor,
e de fé cristã na Vida Eterna, o costume dos "acompanhamentos". S
em sobrevalorizar! Tenhamos presente que o valor espiritual desse gesto
está na oração pelo falecido(a)- e não tanto na mera homenagem/presença.
Além disso, será oportuno "ouvir" a mensagem dos defuntos:
"se vos unis e vindes à missa, por nós, participai e vivei a Eucaristia por vós, enquanto podeis"!
Aprovadas pelo Conselho Pastoral Arciprestal
a 23 de Maio de 2009
na presença de D. Manuel da Rocha Felício,
bispo da Guarda
Sem comentários:
Enviar um comentário