
freguesia de Vila Fernando | Arciprestado do Rochoso | Diocese da Guarda
15 março 2011
02 março 2011
Mensagem da Quaresma 2011 - Bispo da Guarda
Quaresma 2011: A Palavra de Deus fonte de renovação pessoal e comunitária
A Quaresma é tempo forte de renovação e aprofundamento da Fé. Para os que pediram o Baptismo e ainda o não receberam, ela é a fase especialmente importante do seu catecumanado enquanto preparação próxima para a celebração deste sacramento. Para os já baptizados é tempo de conversão à Pessoa de Cristo e ao seu Evangelho, a fim de, com verdade, poderem renovar as promessas baptismais na Noite Pascal. A uns e a outros se aplica o que S. Paulo diz aos cristãos : “Sepultados com Cristo no Baptismo, foi também com Ele que ressuscitastes” (cfr. Col. 12,12).
Queremos, portanto, que estes 40 dias de Quaresma sejam bem aproveitados por todos os fiéis e comunidades da Fé para refazerem o percurso do Catecumenado, próprio dos candidatos à celebração do Baptismo; Catecumenado que é de facto escola insusbstituível de Fé e de vida cristã.
A pensar nesta escola de vida, em todo o tempo quaresmal, a Igreja oferece-nos com especial abundância a Palavra de Deus e convida todos os fiéis a voltarem-se para ela com redobrada intensidade.
Também vivemos esta Quaresma a partilhar uma preocupação comum a toda a Igreja em Portugal, que é o repensarmos juntos a pastoral que estamos a realizar, procurando descobrir novos caminhos do nosso ser Igreja no mundo de hoje. Aqui, não podemos esquecer que o objectivo de toda a acção pastoral é conduzir à relação com Cristo vivo e fonte de vida. E este encontro com Cristo vivo somos convidados a fazê-lo na dupla mesa da Palavra e da Eucaristia.
Tal como na Eucaristia, participamos na mesa da Palavra quando nos reunimos na assembleia do domingo; mas precisamos de outros momentos complementares para fazer com que a Palavra de Deus seja realmente compreendida no sentido preciso que o texto bíblico encerra, meditada nas interpelações que ela hoje faz a cada um de nós, rezada na definição das respostas que lhe devemos dar e contemplada na pluralidade dos caminhos que ela nos abre para serviço não só das comunidades cristãs mas também da sociedade em geral. Para que isso aconteça é muito recomendável a leitura orante da Palavra de Deus, também chamada “lectio divina”, feita por cada um individualmente, mas também nas famílias e em grupos mais alargados, para, assim, aprendermos, na escola do único Mestre, a ser Seus discípulos. Para nós aprender a lição do nosso Mestre é memorizar o essencial da sua mensagem, mas é também e sobretudo fazer dela fonte inspiradora das nossas decisões e dos nossos comportamentos.
Por isso, nesta quaresma desejamos:
- Continuar a sensibilizar as nossas comunidades paroquiais para a importância da Bíblia e para o lugar central que na nossa vida deve ocupar a Palavra de Deus.
- Continuar a motivar os grupos bíblicos que já temos a funcionar e outros que possam ser constituídos para a leitura orante da Palavra de Deus, também chamada “Lectio Divina”, utilizando nomeadamente o livro sobre S. Mateus que ofeceremos à Diocese para cumprimento do nosso plano pastoral, este ano.
- Tomarmos contacto com as orientações da exortação apostólica “Verbum Domini” do Santo Padre Bento XVI, publicada na sequência do Sínodo sobre a Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja, a qual foi objecto de estudo nas recentes jornadas de formação do nosso Clero.
- Acolhermos, com generosidade, o convite à oração mais intensa assim como ao jejum e à esmola, que, em sua sabedoria secular, a Igreja de novo nos dirige, nesta Quaresma.
- Quanto à renúncia quaresmal, este ano, atendendo à grave situação de crise social que o nosso país atravessa e se faz sentir fortemente nos nossos meios, vamos dirigi-la, em partes iguais, para o Fundo Social Solidário criado e dirigido pela Conferência Episcopal e para a nossa Caritas Diocesana, à qual estão continuamente a chegar, e em número crescente, casos de pessoas que nos batem à porta, a pedir bens de primeira necessidade.
Guarda, 25 de Fevereiro de 2011
+Manuel R. Felício, Bispo da Guarda