14 dezembro 2012

Mensagem de Natal de D. Manuel Felício - 2012

"É Natal
E Deus fez-se o próximo mais próximo de nós"
Mais importante do que a vaca e o burrinho, que também expressam o encanto e mesmo o espanto da natureza diante do Mistério de Deus feito Homem, é o Menino Jesus no Presépio de Belém. E também o são Nossa Senhora e S. José que O acolhem e com Ele fazem a Sagrada família de Nazaré. Os pastores representam os mais pobres, os mais débeis da sociedade, que nem casa têm, mas com toda a prontidão correm para Belém e descobrem naquele Menino envolto em faixas, como qualquer outro, o Salvador do Mundo. Não podem guardar esta surpreendente alegria só para si, mas, com grande entusiasmo, vão pressurosos comunicá-la por toda a parte. Por sua vez, a indiferença da cidade perante este hóspede divino, para quem não houve lugar nas casas, faz-nos pensar na actual frieza do nosso mundo secularizado, que teima em virar as costas a tudo o que possa ser entendido como sinal de Deus.
Mas Deus continua igual a si mesmo, no quadro do Presépio de Belém. Não se impõe a ninguém; somente se propõe, sempre muito discreto e humilde, às pessoas que lhe abrem a porta da sua vida, como aconteceu àqueles humildes pastores.
Vamos viver mais um Natal mergulhados em profunda crise, que faz sofrer pessoas, famílias e mesmo comunidades.
Há pessoas e famílias que perderam o estatuto de vida social que tinham, porque lhes foram de repente retirados os recursos. Cresce o número dos que não têm os bens essenciais para sobreviver, como sejam a comida e o vestuário. O próprio acesso aos cuidados de saúde começa a estar em risco para crescente número de pessoas, que já deixam de comprar os remédios receitados por falta de dinheiro. Continua a haver empresas que atravessam sérias dificuldades para manterem os postos de trabalho que criaram. O desânimo está atingir grande número de pessoas que se vêem fora do acesso aos bens essenciais e também à margem da sociedade, porque sem emprego.
Felizmente que a solidariedade na partilha de bens essenciais com aqueles que não têm o necessário continua e reforçada.
Perante este quadro preocupante de dificuldades, sabemos que não podemos esperar do governo e da administração pública aquilo que nos foi prometido. Pelo contrário, temos a clara noção de que nos vão pedir cada vez mais sacrifícios para pagar dívidas que nós não contraímos, embora estejamos conscientes do princípio geral de que quem herda activos também tem de aceitar herdar os passivos.
Perante este quadro de restrições com tendência para aumentarem, como cristãos e comunidades cristãs não podemos cruzar os braços; antes, pelo contrário, pondo em prática a lição do Presépio, queremos estar perto de todos, a começar pelos mais necessitados. E há muitos que não precisam de pão para a boca e roupa para combater o frio, mas precisam do calor da nossa presença. Há gente a precisar do nosso tempo e da nossa proximidade para vencer situações de desânimo provocadas pelo desemprego, pela perda repentina do estatuto humano e social que tinham, ou simplesmente porque estão desorientadas e não sabem o que fazer.
Queremos fazer sentir a todos os que sofrem a nossa presença solidária, no espírito da caridade cristã, fortalecendo as redes de proximidade que já temos e criando outras onde for necessário. Esta queremos que seja a preocupação de todas as nossas paróquias, dos nossos centros paroquiais e misericórdias; de todas as instituições que temos voltadas para ajudar a resolver situações sociais mais preocupantes, como são a Caritas, as Conferências de S. Vicente de Paulo e outras. Queremos colaborar neste Natal, através da campanha nacional dos 10 milhões de estrelas, para fortalecer a proximidade com os que mais precisam, segundo o espírito da caridade cristã.
À Sociedade civil em geral queremos levar a mensagem natalícia de que as redes de proximidade e atendimento personalizado dos indivíduos e das famílias são o caminho para construir verdadeiro bem estar para todos. E sentimos que o próprio acto de governar tem de ser, antes de mais, isto mesmo: criar relações de proximidade com as pessoas, auscultá-las nos seus anseios, potencialidades e dificuldades para, depois, com o máximo consenso possível e a cooperação do maior número, tomar as decisões que o bem de todos impõe, definir caminhos e ajudar as pessoas a percorrê-los com entusiasmo, mesmo que seja preciso fazer alguns sacrifícios.

Um santo Natal, com a luz e esperança do Menino de Belém.


Guarda e Paço Episcopal, 13 de Dezembro de 2012

+Manuel R. Felício, Bispo da Guarda

04 dezembro 2012

Missão para Nova Evangelização | celebração de encerramento

Dia 2 de Dezembro, as comunidades do Arciprestado do Rochoso, bem como outras comunidades que estão confiadas aos três párocos do arciprestado , mas que pertencem ao da Guarda e de Almeida, estiveram reunidas no Rochoso para marcar o encerramento da Missão para Nova Evangelização - Encontro com a Palavra e iniciar o Ano litúrgico de S. Lucas.
Foram mais de três centenas de pessoas que se reuniram, depois de duas semanas em que os missionários redentoristas: Padres Gomes Dias, Silvério e Acácio, passaram por todas as comunidades e motivaram à criação de um grupo bíblico de escuta e meditação da Palavra. No dia antes, eram já 42 os animadores de grupos bíblicos que se reuniram para o encontro final com os missionários.
Neste dia, à hora marcada o Sr. Bispo deu início à celebração, no Largo da Casa Paroquial, de onde todos seguiram em procissão para a Igreja Paroquial, liderados pela Palavra de Deus. Na homilia o bispo diocesano, D. Manuel Felício  referiu que "a fonte da vida é Jesus e a Palavra de Deus" ficando claro que "o tempo é oportunidade que Deus nos dá para nós, com Ele, criarmos uma sociedade nova". Refletindo a Palavra de Deus, o Prelado lança a interrogação "Como se espelha a justiça de Deus no meio de nós? A nossa vida é para ser vivida no amor de Deus e do próximo mas, como diz S. Paulo, temos que ir mais longe". A terminar a homilia, D. Manuel Felício diz que "no ano da fé, esta exige que nós, colaboradores de Deus, promovamos o Paraíso na terra. Este Paraíso é relação com Deus, na medida em que lhe abrirmos o nosso coração. A Fé é uma força que vem da nossa relação com Cristo." O Sr Bispo termina a celebração, dizendo a todos que "temos de caminhar ao ritmo do Evangelho".










Missão para Nova Evangelização | Encontro final com os animadores de grupos bíblicos